segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Mãos de Rendeira

Escrever poesia é um processo minuncioso, exige muita atenção e ouvidos aguçados para captar os sons do mundo, para caçar as palavras que estão levitando. Todas rolam num rio lento, inertes em si mesmas, esperam ser escolhidas. São feijões esperando as mãos calejadas das marias, grãos perdidos num labirinto infinito, esperam eternamente alguém com as mãos de rendeira que se habilite a costurar os retalhos.


O enigma
nas mãos da rendeira
 tece
um amor de teia.

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