Olhei para cima
o céu
estava dublado
Estava de pé quando/ minha boca se entreabriu./ Ouvi alguma coisa cair./ Um amor escorregou/ docemente/ raspando áspero/ do coração/ até o orifício
quinta-feira, 21 de julho de 2011
quarta-feira, 20 de julho de 2011
O silêncio noturna-me. Um barulhinho de carro. Alguém chegou? Quero estar sozinho. Ninguém chega. O mofo cresce nas cavidades. O monstro medra no fundo raso do meu medo. Sou cobra-cega rastejando veredas. Vou tateando o escuro com meu corpo comprido. Meu sopro fundo de hálito antigo. Minha boca há muito que não diz palavra.
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Doença Malagueta
Vamos escrever um livro. Escrevo um livro há tempos. Escrevo nas linhas grisalhas dos cabelos. Palavra enfileirada nas unhas e nos pés. Nos dedos longos, desfilam nas fibras dos pêlos. Se esticam em filamentos. Nos neurônios e no vento. Palavras salivando na boca. Saltam pela pele e chegam nas nervuras. Pulam, rodopiam, brotam como pintas. Espalham-se feito sarna. Doença malagueta. Tilinta de noite entre o ouvido e o cabelo. Não há escape. Doutor diz que é hereditário. E mais uma palavra me corrompe. Coça no céu da boca. Alergia crônica.
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