segunda-feira, 19 de setembro de 2011

   Primeiro que eu não quero ser a cobra bojuda e sedosa que envolve sua presa e depois a estrangula. Eu não gosto de começar com primeiro. Às vezes me sinto peçonhenta. Queria ver mais fundo, pulmão traquéia catarros, mas acho que isso é enforcá-lo. Ou que você é tartaruga e então eu não consigo. Não sei se te amo do jeito que você gostaria. E vai ser sempre um enigma. Demos abraço de girafa. Gosto da sua pele com perfume saindo fraquinho. Amo seu pé de pele fina. Hoje foi um dia duro. Fico muda quando você me encharca. Você não gosta dos meus rios castanhos, e eu prometo nunca mais chorar até que choro novamente. Eu não gosto de te ver vermelho. Mancha de tulipas nos olhos. O relógio está errado. Sempre é tarde. Sempre é cedo. Estou atrasado, muito muito atrasado. Então vou ao centro do sertão e pergunto qual o sentido da vida: Ai, Zé, op! E acabou-se. E eu te amo. E fim de papo. E de novo é noite. De novo sou víbora. Acendo o fogo. Côo café. Penso na França. Nem quero saber. Quero saber sim. Eu senti orgulho. Não me reconheci naquele homem, mas era meu e eu devia a ele. Não me via. Só via ele. Inteirino. Interno. Suas palavras de livro. Minha culpa de tudo. Sou eu que estou errada? Não sei. Sou sempre eu. Sempre em mim a noite rompe. Sempre dentro de mim meu inimigo. Sempre no meu sempre a mesma ausência. Fiquei muda de novo. Esse homem me rouba as palavras. Fico cega pra tudo que via. Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.